Um deus ateu
Um deus tráido na confissões
Um deus perdido nas solidões
Um deus bandido nas soluções
Um deus querido nas multidões.
Que não sabe o valor que eu dou pro amor
Que não sabe o valor que eu dou pra dor.
Um deus sentido nas orações
Um deus saído dos corações
Um deus ferido, com arranhões
Um deus nos livros, nas coleções.
Que não sabe o valor que eu dou pro amor
Que não sabe o valor que eu dou pra dor.
Um deus tão crente dentro da gente
Um deus tão pasmo com o meu marasmo
Um deus tão certo, nem tão perto
Um deus tão triste com o dedo em riste.
Que não sabe o valor que eu dou pro amor
Que não sabe o valor que eu dou pra dor.
Um deus tão sério e cheio de mistério
Um deus assim, longe de mim
Um deus aflito pelo meu grito
Um deus ateu, nem teu nem meu!
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